Se você está achando que estou falando de uma situação em que o seu Avatar ou personagem de GTA V é pego por malfeitores que exigem dinheiro para te libertar, errou. Mas seria uma boa modalidade nova de golpe (e eficiente) para aficionados em games.
Também seria interessante o “sequestro” de conta de rede social. Uma pessoa consegue acesso à sua conta de Facebook e exige dinheiro (bitcoins, eu sugeriria) para que você voltasse a ter acesso a seu perfil e a seus contatos.
Como você pode notar, eu coloco a palavra “sequestro” sempre entre aspas porque na realidade, não se trata do delito de sequestro previsto no Código Penal. Na realidade, não tem NADA A VER com esse crime.
Isso porque o sequestro em si é um delito contra a liberdade do individuo. Ele está previsto no artigo 148 e diz que “privar alguém de sua liberdade” sofrerá imposição de pena de reclusão, de 1 a 3 anos. É, portanto um crime contra a PESSOA.
No primeiro caso apontado acima, o ataque se dá em face de um patrimônio (seu avatar é seu patrimônio, afinal de contas, assim como seu cachorro). Mas e no segundo caso? O que seria um sequestro de conta de facebook?
Estou falando DESSA forma de “sequestro”.
A situação em que você é ofendido em relação a algo que você sabe que é seu, mas não sabe explicar o que é. Afinal, o que são seus dados e o que é atacado quando você não pode acessá-los?
Pois aqui vai minha história de sequestro virtual. Instalei em meus 3 computadores, no mesmo dia, um famoso antivírus em sua versão gratuita. Para minha surpresa, comecei a receber mensagens dizendo que minha versão iria expirar em 10 dias. Achei curioso, porque afinal de contas, se é gratuito, não expira.
Passado um dia, telas pop up começaram a surgir fazendo a contagem regressiva para o fim da gratuidade e me ofereciam renovação pela versão paga. Nesse dia, eu cliquei em “ignorar” e fui dormir.
No dia seguinte, minha máquina principal não acessava mais a internet. Também não abria mais o Word nem o Excel.
Fui à minha máquina conectada à rede via cabo. Ela acessava normalmente a internet. Meu celular e tablet acessavam normalmente também.
Mas em seguida, surgiu a mesma tela, oferecendo o mesmo antivírus na versão paga. Ignorei também e não adquiri.
Passei o dia usando a rede via cabo. No dia seguinte, a maquina também não acessava mais a internet.
Muito irritado, comecei tentando desinstalar o antivírus. Mas para um semi-leigo, é IMPOSSIVEL apagar o antivírus em questão, mesmo no modo administrador. Especialmente via Windows 8. Nem mesmo o programa desinstalador específico retirou o programa e, por mais que usasse o comando MSCONFIG, não consegui impedir o início automático do programa. Meus conhecimentos limitados se esgotaram. Comecei a me angustiar. Preciso do computador constantemente para minhas funções de professor, advogado e escritor.
Foi quando pulou novamente a tela oferecendo a compra do antivírus. E me veio a ideia: e se eu QUASE comprasse o programa?
Dito e feito, cliquei em adquirir e fui levado para uma segunda tela. Escolhi o programa mais caro e cliquei em pagamento. Fui para a tela para decidir em quantas vezes queria pagar. Cliquei antes em política de privacidade e a tela abriu.
Então abri meu navegador e a internet estava de volta, funcional e reestabelecida.
Não sei dizer que o “golpe” é feito pelo antivirus ou por alguém que simula ser o antivirus e se aproveita da situação de dificuldade do usuário. Seria leviano acusar a desenvolvedora sem certeza. Mas o golpe ocorre em nome dela.
Meu acesso à rede e a meus programas fundamentais foram “sequestrados” e o programa (ou alguém que tentou imitar o programa) me extorquia dinheiro para liberar meu acesso.
Somos escravos da informática? Ou estamos verdadeiramente na mão de certas empresas?
Em homenagem a Tiradentes, liberdade, ainda que tardia!